segunda-feira, 27 de abril de 2015

Apenas mais um conto azulino - Aldair

Estávamos prestes a subir de divisão. A temperatura beirava os 40 graus naquela manhã de incentivo( e por que não dizer de festa?) no Sabino Ribeiro.

Só faltava um jogo, esse que poderíamos até perder por um gol de diferença que ainda assim estaríamos na próxima divisão do futebol brasileiro.

A principal TV do Estado fazendo cobertura de um treino ao vivo, algo difícil de se ver na terrinha. Jogadores paparicados como nunca.

Compositores se multiplicavam nas arquibancadas e dependências do Proletário. Músicas, claro, sobre o Confiança e principalmente o acesso iminente.

Fiquei espantado com a quantidade de artistas que me ofereceram CDs com suas músicas temáticas e todos diziam que o dinheiro arrecadado seria convertido em ajuda ao clube para pagar a Folha de Salários.

"Sabe como é, estamos subindo de divisão, mas ainda não estamos ricos", disse-me um quando me oferecia uma rifa que o prêmio era uma camisa oficial e o valor do bilhete, R$ 10,00.

O calor incomodava, mas ninguém parecia ligar para isso. Para amenizar tinham as sombras das históricas árvores, água, refrigerante, cerveja (teve gente que aderiu, mesmo sendo manhã).

O gramado brilhava em verde. O sol fazia o belo trabalho.

Estrelas do passado do clube marcaram presença, como o ex-atacante Aldair. Demonstrava muito otimismo e aparentava estar muito feliz em ver toda aquela euforia de atletas, torcida, imprensa.

Não desperdicei a oportunidade para cumprimentá-lo e dizê-loo quanto foi importante para a minha vida futebolística. Quando criança e azulino que já era, Aldair era o terror para os adversários do Confiança. Corria e conduzia a bola com facilidade, além de ser um exímio artilheiro.

Acabei contando que fiz um pedido ao meu pai de uma camisa azulina, mas não poderia ser uma qualquer. Ela teria que ter o número 7 nas costas, pois seria uma referência, uma homenagem a ele.

Também contei sobre o meu primeiro título na arquibancada que foi em 1986, no qual ele foi protagonista. Falei que me lembrava da dificuldade que foi adentrar o Batistão naquela tarde e principalmente o quanto foi difícil para uma criança de 6 anos assistir à partida aquele dia, sendo necessário meu pai me levantar praticamente durante todo o jogo.

Pelo alambrado que nos separava, ele apertou minha mão com dificuldade pelo espaço das grades que deu para nos cumprimentarmos.

A alegria e a timidez também estavam estampadas em seu semblante. Talvez por não está acostumado a perceber que marcou a vida de crianças, talvez por perceber ali um pouco da sua importância na história de um clube carismático como o Dragão do Bairro Industrial. Perceber que tem sua parcela de contribuição para o crescimento da torcida.

Mas, o realizado ali não era ele. Eu me realizei quando disse a ele que meu primeiro ídolo no futebol não foi o Zico, Bebeto ou Romário. Meu primeiro ídolo foi você, Aldair.

Ah! E o final da história?

O Dragão subiu!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Lições de um sonho em 01/01/2015

A situação desenrolava numa espécie de Tribunal. Havia fila e o juiz dava o veredicto de forma rápida para cada caso apresentado. Era uma espécie de tribunal civil, geralmente com casos de família.

O caso surpreendente foi o de um rapaz que aparentava ter seus 30 anos de idade, cor de pele negra, mas mostrava uma arrogância de quem foi criado em condições abastadas da sociedade sergipana.

Ele estava acompanhado de uma mulher também negra, porém, uns dez anos mais velha e chamava atenção por não ter um dos dentes da frente, o que me levava a concluir que aquela mulher não teve a mesma condição social, financeira do rapaz para sequer ter acesso a dentistas e obter uma boa saúde bucal(talvez não tivesse nem acesso a escova de dentes por boa parte da vida).

O rapaz estava possuído pela fúria no semblante dos olhos e ao ser convocado pelo nome, já foi logo largando uma sacola de roupas e uma caixa de papelão cheia de cds, chutando em seguida e confirmando que era aquilo que a justiça o cobrava.

A caixa e a sacola foram parar embaixo da mesa do julgador que o olhou com desprezo, talvez já demonstrando cansaço com tantos julgamentos naquele dia ou meramente por já está acostumado a ver aquele tipo de situação naquele ramo obreiro.

Como observador, passou-me um filme da vida daquele rapaz. Fotografias do álbum da vida dele me eram reveladas como "slides" e eu percebi que ele foi um menino filho de pais de classe média que estudou em uma escola católica na capital sergipana. Nas fotos aparentava uma alegria de criança, algo que chegava a ser angelical. Ele realmente foi um garoto típico da classe média sergipana, constatava-se isso nas minhas visões.

Foi morar sozinho após sua graduação em Direito, onde precisou contratar alguém para cuidar da casa, organizá-la enquanto trabalhava. Daí onde surge na estória a mulher que o acompanhava no julgamento.

Em suas atitudes, ele se sentia injustiçado, o juiz já tinha sentenciado que ele deveria reconhecer a paternidade de uma criança que a senhora negra que o acompanhava concebeu a pouco tempo.
Ele resmungava quase chorando de raiva. Aquilo chamava a atenção das pessoas que esperavam pela vez na fila.

Sensibilizado, eu tentei acalmá-lo. Fui me aproximando dele lentamente, esperei uma oportunidade em que os olhos deles pudessem se encontrar com os meus para apertar sua mão, tentar passar uma energia de calma e o aconselhar com algumas palavras.

Ele se virou bruscamente e se surpreendeu com a minha presença ali oferecendo a mão, meio que já segurando a dele forçosamente. As palavras foram fluindo um tanto quanto intuitivas.

Pedi calma a ele e que ele evitasse o pensamento precoce equivocado. Melhor seria lembrar que se tratava de uma criança, um filho que no momento ele não estava aceitando, mas que no futuro poderia dar muito orgulho e alegria a ele como pai.

Ainda possuído pela cólera, ele me respondeu friamente: "Isso para mim é indiferente".

As palavras me abateram imediatamente, apesar de ter a esperança como dom e saber que ele iria amadurecer e mudar a opinião quanto aquela criança. 

O inevitável é que fui remetido às palavras que uma pessoa querida tinha me expedido há dias e ecoavam na minha cabeça como grito em caverna: "o amor nunca foi prioridade na minha vida".
Torci para que a segunda estivesse mais equivocada ainda que a primeira. Pedi, por favor, mais amor ao mundo.

Acordei. 

Vim ao computador e escrevi...


terça-feira, 25 de novembro de 2014

Poema incompleto




... E quando encostares a cabeça no meu ombro, perceberás um magnetismo tão legal que sequer desejarás se afastar deste ser, mesmo tendo total liberdade para fazê-lo.


Nada será esquisito. A excelência do amor fará sentido no próprio ar e se puderes desejar algo, desejarás ser feliz. Pois assim serás. Serás feliz mesmo que não queiras, pois é uma imposição da nova Era.


Ninguém consegue parar o que foi planejado pelo Universo. Absolutamente nada, nem ninguém.



Ari Junior.:



segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Percepção da função social = pode salvar seu dia

Chegando a mais uma segunda-feira e logo se percebe a necessidade de analisar as tarefas do dia. Um pouco de café(há dias que prefiro chimarrão) para acelerar o raciocínio e entender que as tarefas são as mesmas da semana passada.

Ligo o ar condicionado para trazer um pouco de conforto nos afazeres, já que o clima no Nordeste brasileiro é mesmo causticante . Além do que, precisa-se de incentivo para realizar as mesmas tarefas que você já realiza há 15 anos, praticamente.

Daí então, vem uma luz acompanhada de uma voz que chega e te alcança com motivação. "Perceba a função social do seu trabalho".

Então o sujeito começa a analisar aqueles números, papéis, arquivos digitais e busca ver os benefícios que eles podem causar para a sociedade como um todo. Confesso que para me motivar ainda mais, penso nas crianças que são ajudadas com a arrecadação dos impostos. Quantas escolas são sustentadas(mesmo que mal aplicada a verba) no país por causa desses números.

Surge um momento que a monotonia é substituída pela garra e o mais lindo: a vontade de executar o trabalho. rsrs

Para mim, utilizo sempre o pensamento em crianças, escolas, hospitais. Para outros podem utilizar as estradas que são construídas, hospitais, parques etc.

Claro que os ramos de atividades são diferentes e alguns até difíceis de perceber a função social daquilo que está executando, "but", com um esforço e um pouquinho de inteligência emocional, salva-se o dia.

Pelo menos esse dia. Amanhã é outro. Um dia de cada vez, "guys".

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A modinha "da hora": Sacolas retornáveis!



O ser humano passa por uma fase de reflexão em todo o universo. Ainda ontem ouvi a minha mãe dizer a seguinte frase: "Estamos em tempo de reciclagem." O ser humano está revendo seus atos e mau tratos para com o planeta terra. Na verdade, sinto-me na obrigação de dizer aqui que isso já até virou moda: seja ambientalista, natural, coma comida orgânica, use sacolas e embalagens retornáveis.
Posso afirmar que essa "moda" é uma das poucas politicamente corretas, pois o planeta está necessitando da ajuda de todos os seus habitantes, principalmente do maior de todos os predadores das espécies, a raça humana.
O consumo de sacos plásticos, sacolas plásticas, sacolas de supermercado, causam um enorme impacto no meio ambiente ao ponto de que uma sacola plástica. Pesquisando no nosso querido "Oráculo" (gosto muito desse apelido do Google), pode-se perceber logo os efeitos que elas causam ao meio-ambiente. Essas sacolinhas, à primeira vista inocentes, levam centenas de anos para se decompor na natureza e ocasionam uma corrente de problemas como:
  • entopem canos de esgoto e pluviais
  • causam problemas para animais aquáticos, que podem ficar presos dentro de sacolas ou ingerí-las acidentalmente por confundí-las com águas-vivas (e a mesma sacola pode ser ingerida por vários animais em sucessão, pois ela não se decompõe)
  • podem intoxicar e até matar animais como vacas e ovelhas
  • são um problema estético: sacolas voando ou espalhadas pelo chão são visualmente desagradáveis
Vários países já fazem campanhas na televisão para a não utilização desse tipo de sacolas, inclusive o Brasil. O problema na Austrália já foi além das campanhas, já existem leis proibindo o uso dessas inocentes sacolinhas em alguns estados.
Começo a pensar nas minhas atitudes e confesso que já utilizei muito as sacolas plásticas, aliás, ainda uso. Como se fosse uma desfeita com o vendedor dizer "no to plastic bags", mas percebo que não há mais saída, chegou a hora e nós podemos viver sem elas.

Apesar das iminentes campanhas no Brasil (e do assunto já está em pauta desde a década de 90) contra as sacolas plásticas, não me parece ser um assunto em que todos estão preocupados. Infelizmente, percebo que muitos ainda acham ridículo rejeitar uma sacola plástica ou carregar a sua retornável; até mesmo carregar seu próprio copo na mochila e assim evitar os copos descartáveis, os priminhos das sacolinhas.

Creio que a saída é realmente apoiar as campanhas do tipo "say no to plastic bags" e seguir o exemplo da Austrália, atuando por meio do legislativo, criando leis que coibam cada vez mais o uso dessas sacolas danosas por intermédio de fiscalização, para que não seja mais uma das numerosas leis brasileiras que existem, mas ninguém cumpre.

A mensagem que eu deixo aqui é que está na "moda" usar sacolas retornáveis, garrafinhas de água. Vamos utilizá-las cada vez mais e assim melhorar o planeta.